Para ter uma equipe com desempenho crescente e alta eficiência, é importante que a empresa esteja atenta ao clima organizacional. Assim, implantar uma cultura de feedbacks contínuos pode ser uma ótima aliada neste processo.
Segundo Hirsch (2017), em seu livro The feedback fix : dump the past, embrace the future, and lead the way to change, aponta que colaboradores que recebem feedbacks frequentes têm uma probabilidade 12% maior de permanecer na empresa.
Uma cultura de feedbacks diz respeito a priorizar o diálogo e deixar a comunicação entre funcionários e gestores o mais horizontal possível. Para isso, não basta marcar reuniões mensais com esse objetivo e deixar o ambiente desconfortável e formal.
Aprenda porque desenvolver esses hábitos pode ajudar a instituição e como aplicá-los.
Quando começamos a acumular descontentamentos no ambiente de trabalho, o andamento das atividades pode ser prejudicado. Conflitos internos atrapalham o desenvolvimento e a qualidade dos projetos.
Uma vez que a cultura de feedbacks começa a ser implementada, os funcionários entendem que o clima é favorável a críticas construtivas, sugestões e comentários. Sentem-se mais confortáveis para participar da construção dos projetos e ficam mais engajados.
Observe alguns pontos que uma cultura de feedbacks bem estruturada pode melhorar:
Quando um colaborador percebe que suas ideias são bem-vindas (e levadas em consideração), consequentemente se sentirá mais à vontade para cumprir as demandas atribuídas a ele. A satisfação com o ambiente de trabalho aumenta.
Da mesma forma, quando o gestor se mostra preocupado em dar retorno aos funcionários, ele proporciona a eles uma oportunidade de crescimento. Ao reconhecer os erros cometidos, é possível eliminá-los e otimizar o trabalho.
Segundo a Society for Human Resource Management (SHRM), os feedbacks positivos são benéficos para os colaboradores, visto que promovem aumento do envolvimento. Assim, aponta que o envolvimento com o trabalho de funcionários que focam apenas em pontos negativos é igual à ⅓ do envolvimento de colaboradores que recebem feedbacks positivos e de desenvolvimento.
Com isso, é fundamental que haja um equilíbrio entre feedbacks positivos e de desenvolvimento para alcançar a maior satisfação dos colaboradores. Dessa maneira, há um suporte para o aperfeiçoamento dos funcionários, mas também há o reconhecimento de ações positivas para a equipe.
Também é positivo para as lideranças saber o que a equipe pensa das atividades que vem desempenhando. É uma forma de ter uma outra opinião e a certeza de que o trabalho está na direção certa ou o que precisa ser aprimorado.
Quando trocar feedbacks vira um costume, o trabalho de cada um na equipe é acompanhado mais de perto. Isso dá ao funcionário a possibilidade de desenvolver ao máximo suas habilidades, uma vez que os retornos mais frequentes otimizam o processo.
Segundo Ullmann & Fumagalli (2018), 32% dos colaboradores concordam que os feedbacks motivam e desafiam os funcionários para o crescimento profissional. Sendo assim, o acompanhamento e a percepção de suporte gerado pelo feedback é um fomento à disposição para a aprendizagem entre os colaboradores. Com isso, há um aperfeiçoamento dos membros da empresa, alcançando melhores resultados.
Desse modo, pode ser uma boa oportunidade também para investir em treinamentos e capacitação. Enviar materiais como artigos, ebooks, vídeo-aulas e outros pode incentivar que os colaboradores busquem mais informação.
Um profissional mais atualizado pode trazer insights preciosos para os projetos.
Feedback é diálogo. Diálogo é feedback. Esse benefício é, talvez, um dos mais óbvios. A comunicação colaborador-gestor ou entre colaboradores fica mais clara e efetiva quando a equipe exercita a habilidade de reconhecer erros e ressaltar qualidades.
Quem passa feedbacks também demonstra preocupação e exerce a empatia. Este hábito pode fortalecer laços e amizades dentro e fora do ambiente profissional.
Além disso, pode tranquilizar um membro da instituição que passa por um momento difícil: ele passa a saber que ali receberá apoio e incentivo para driblar a adversidade e pensar em planos de ação.
Enumerar este benefício apenas reforça o que os outros pontos dizem. Funcionários mais satisfeitos constroem uma relação melhor dentro do local de trabalho.
Consequentemente, haverá mais diálogo e os resultados da equipe serão aperfeiçoados. O trabalho será mais dinâmico e pode se tornar até mesmo mais lucrativo, uma vez que os processos estão sendo aprimorados com mais frequência por meio de feedbacks contínuos.
Um ambiente mais agradável também é favorável à criatividade.
Uma cultura de feedbacks aumenta a confiança entre a equipe, por meio de uma comunicação frequente e clara. Assim, há um maior suporte e alinhamento entre os membros da empresa.
Segundo a SHRM, um relacionamento de confiança impacta positivamente na organização. Esses benefícios são: redução de 74% do estresse; 50% mais produtividade e aumento de 50% na retenção de talentos.
Assim, apesar de estabelecer uma cultura de feedback ser desafiador inicialmente, essa tarefa se torna cada vez mais fácil com o passar do tempo. Isso ocorre, pois essa abertura para a ajuda aproxima a equipe de modo que atuam conjuntamente para um objetivo geral. Portanto, a cultura de feedbacks faz com que essa prática se torne mais natural e frequente.
Como qualquer cultura, a cultura de feedbacks deve estar relacionada com os elementos que caracterizam uma organização. Assim, para implementar os feedbacks na sua cultura organizacional de forma efetiva, é necessário que isso aconteça de forma gradual.
O primeiro passo é esclarecer para colaboradores e líderes como uma cultura de feedbacks pode ser importante. Com isso, é importante alinhar o que são os feedbacks e porque eles serão implementados na rotina da empresa. Pontuar benefícios e ensinar uma boa forma de fazer comentários construtivos.
Assim, para saber quais serão as dificuldades nessa jornada, é preciso que os gestores identifiquem as características dos profissionais que trabalham com ele. Ao colocar na ponta do lápis os diferentes modos de trabalho, atributos e personalidades, o líder consegue mapear quem terá mais facilidade ou será mais resistente às críticas e comentários, por exemplo.
Depois disso, pode ser proveitoso investir em capacitações (para líderes e/ou colaboradores, de acordo com o que for melhor para a empresa). Qual melhor forma de passar feedbacks? Qual a mais adequada?
Assimilar um novo hábito leva tempo. Dessa forma, para que todos encarem a troca de feedbacks como algo natural, é preciso acabar com a ideia de uma reunião formal ou encontros marcados previamente com esse objetivo. Quanto mais descomplicado e acessível, melhor.
Durante as capacitações, mostre exemplos de feedbacks, apresentando as diferenças entre um feedback respeitoso e profissional e um feedback inadequado.
Para ocorrer uma mudança de cultura, as novas práticas devem ser vistas na rotina organizacional. Por isso, os gestores devem dar o exemplo.
Reflita sobre as conversas com o objetivo de alinhar as metas da equipe e identifique pontos para dar feedbacks, por exemplo. Reconheça os acertos do seu time e analise o que pode ser melhorado. O que falta para atingir o que foi planejado? Como será possível chegar lá?
É importante que os feedbacks sejam construtivos, foquem em situações específicas e tenham sugestões.
Criar algum sistema para receber sugestões, elogios e críticas pode ser útil, mas a ferramenta não pode substituir o contato direto.
Você como profissional do RH deve estimular a prática de feedbacks na sua empresa. Isso pode ser feito por meio de desafios e reconhecimentos entre toda a empresa.
Assim, segundo o repertório da psicologia da análise do comportamento, ao valorizar um comportamento, nesse caso os comportamentos de dar feedbacks, esse comportamento tem um aumento de frequência. Sendo assim, as práticas de valorização dos colaboradores que fornecem feedbacks fortalecerão a cultura de feedbacks.
É normal que, com o tempo, os ânimos esfriem. Para conseguir manter uma cultura de feedbacks, os gestores precisam insistir no hábito e passar retornos esporádicos para seus colaboradores.
Dessa forma, as equipes de Marketing e Recursos Humanos podem trabalhar em conjunto para desenvolver ações de endomarketing que engajem mais os colaboradores. Uma avaliação de desempenho pode mostrar, por exemplo, se os feedbacks têm tido resultados.
Para isso, pode-se comparar resultados de diferentes avaliações e observar como alguns funcionários se encontram na matriz nine box, por exemplo.
Marcar encontros para feedbacks coletivos dentro das equipes com certa periodicidade pode ajudar a fixar o costume. Um colaborador incentivado a falar sobre o trabalho que está desempenhando pode se sentir estimulado, assim, a reconhecer o trabalho de um amigo.
Um modelo prático e simples, aplicado em muitas empresas de diferentes segmentos é o SCI. Ele se baseia em observar a Situação, o Comportamento e o Impacto.
1- O que aconteceu?
2- Como aquela pessoa, para quem o feedback será passado, agiu?
3- Como a atitude dela impactou você ou a equipe?
Exemplo 1: João, na reunião de ontem, você bateu as mãos na mesa e ficou resmungando. Isso assustou os colegas e os deixou desconfortáveis. Você tem alguma sugestão para o problema que tinha sido apresentado?
Além desses três tópicos essenciais para um feedback, você pode acrescentar alternativas e sugestões para solucionar uma demanda ou melhorar um comportamento.
Exemplo 2: Fernanda, percebi que ontem, na reunião, você se estendeu muito na sua fala. Estava esperando uma apresentação mais dinâmica e com mais discussão. Por conta disso, não conseguimos fechar o portfólio da empresa. Esse tipo de situação impacta no cronograma e no andamento das atividades da nossa empresa.
Sugiro slides mais breves e concisos ou um maior planejamento de tempo. Além disso, separar tempo para dúvidas e imprevistos pode ajudar também, mas podemos pensar em outro caminho juntos.
Por fim, evite feedbacks “sanduíche”. Esses feedbacks se iniciam apontando um ponto positivo, em seguida, apresentam o feedback de desenvolvimento e por fim, encerram com outro comentário positivo.
Esse formato de feedback tira o foco do ponto de desenvolvimento, prejudicando os resultados desejados pelo feedback.
Implementar e manter uma cultura de feedbacks contínuos pode ser desafiador. É importante que a tarefa não seja atribuída a uma só pessoa. Todos precisam entender como ter retornos do trabalho é essencial para um desempenho cada vez melhor.
Já percebeu como é benéfico estruturar uma cultura de feedback? Agora veja aqui quais são os modelos de feedbacks que você pode adotar!
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