Imagine que sua carreira é como uma viagem de carro. Você pode ter um ótimo veículo (sua formação e habilidades), mas, se não souber como usar as ferramentas e tomar as decisões certas ao longo do caminho, sua jornada pode ser muito mais difícil do que deveria. O desenvolvimento no trabalho é justamente essa habilidade de aprimorar-se continuamente, adaptando-se e adquirindo novos conhecimentos e experiências que ajudam a alcançar o destino desejado.
Muitas vezes, o termo “desenvolvimento profissional” é confundido com qualificações ou progressão de carreira, como se fosse apenas uma questão de subir na hierarquia ou aprender novas habilidades técnicas. No entanto, é muito mais do que isso. Trata-se de um processo contínuo e dinâmico, em que cada passo, cada decisão e cada experiência contribui para o crescimento e a evolução no mundo do trabalho.
(Meta Description) A expressão “desenvolvimento profissional” abrange uma série de conceitos relacionados a emprego e carreira, muitas vezes de forma confusa e interligada. Embora frequentemente se confunda desenvolvimento profissional com qualificação e progressão de carreira, é fundamental entender o que realmente significa desenvolver-se profissionalmente.
Neste artigo, iremos explorar o conceito de desenvolvimento profissional, desde sua definição até a importância e o papel do RH na promoção do crescimento individual nesse contexto.
O conceito de desenvolvimento profissional baseia-se na teoria da aprendizagem experimental de Kolb (1984), que afirma que a trajetória profissional se estende ao longo da vida. Essa teoria destaca que a aprendizagem ocorre tanto ao nível cognitivo quanto por meio das experiências vividas.
Mourão e Monteiro (2018) explicam que o termo “desenvolvimento” está relacionado a crescimento e evolução, enquanto “profissional” se refere às características específicas de uma determinada profissão. Assim, o desenvolvimento profissional envolve a contínua aquisição e transformação de conhecimentos, habilidades e atitudes, por meio de processos de aprendizagem que abrangem aspectos afetivos, cognitivos e comportamentais (Mourão, Porto e Puente-Palacios, 2014).
Embora algumas definições considerem desenvolvimento profissional equivalente à aprendizagem no trabalho, esses conceitos são distintos. De modo que o desenvolvimento é um resultado da aprendizagem (Monteiro & Mourão, 2017), diferenciando os dois conceitos. Assim, desenvolvimento profissional é definido como o resultado de um processo individual, abrangente e de longo prazo, que envolve a aquisição de conhecimentos, habilidades e atitudes.
Esse processo pode ser promovido por ações formais ou informais, tanto por parte do trabalhador quanto de diversas organizações, e pode impactar o desempenho do indivíduo no mercado de trabalho. Dessa forma, a aprendizagem experiencial considera que a base do desenvolvimento profissional está na aprendizagem, que é um processo contínuo e dialético, onde o conhecimento é constantemente criado e recriado por meio da experiência (Pimentel, 2007). Nesse contexto, a aprendizagem é tanto individual quanto social, pois as características pessoais e as circunstâncias do ambiente são interdependentes.
Para desenvolver programas de desenvolvimento profissional, o RH deve primeiro identificar as necessidades dos colaboradores e, em seguida, elaborar estratégias para atendê-las. Isso pode ser feito utilizando ferramentas como pesquisas de desempenho e redesenho do trabalho. Os programas devem ser planejados com base nessas avaliações, definindo objetivos de aprendizagem claros e métodos de avaliação apropriados.
Além disso, o RH tem o papel de buscar inovações que promovam o desenvolvimento das competências e habilidades dos colaboradores. Isso não se limita apenas à progressão de carreira, mas também envolve a evolução individual por meio das experiências vividas pelo colaborador na organização.
Nesse sentido, a área de recursos humanos deve garantir que os valores organizacionais e a cultura da empresa estejam alinhados com a estratégia adotada nos programas de desenvolvimento. A inovação é resultado de uma rede de ações combinadas, fundamental para aumentar o engajamento da organização (Alves, Galina & Dobelin, 2018).
O primeiro passo para implementar um processo de treinamento eficaz é identificar claramente a situação atual da empresa. Isso envolve um diagnóstico que pode ser realizado por meio de observações e, especialmente, pesquisas com clientes e fornecedores internos. Perguntas como “Quem precisa de treinamento?”, “Onde há maior urgência?” e “Que tipo de treinamento é necessário?” podem servir de orientação para seu RH nesse estágio.
Dessa forma, a avaliação de desempenho é o primeiro passo para um bom programa de desenvolvimento institucional. Isso porque permite identificar as lacunas e demandas dos seus colaboradores com base em dados concretos. Além disso, ela contribui para a visualização do impacto dos treinamentos nas competências dos colaboradores, apontando sua eficácia. Assim, essa avaliação está diretamente ligada à capacitação para o trabalho, fornecendo informações valiosas sobre as necessidades de treinamento e o planejamento de carreira.
O treinamento e a avaliação de desempenho são interligados, criando oportunidades para que os colaboradores se adaptem às exigências do trabalho e maximizem seus esforços conforme as necessidades da organização.
Para promover um bom desenvolvimento profissional, é fundamental valorizar o desenho do trabalho, reconhecido como um preditor de variáveis como produtividade, bem-estar, desempenho e criatividade (Parker et al., 2017).
A relação entre o desenho do trabalho e o desenvolvimento profissional é clara: quando os colaboradores compreendem suas funções de forma precisa, eles conseguem executar melhor suas tarefas e internalizar mais facilmente os objetivos e estratégias da organização.
O desenho do trabalho também impacta o desenvolvimento profissional, pois depende tanto de fatores individuais quanto do ambiente em que o colaborador está inserido (Monteiro & Mourão, 2017). A compreensão das etapas de uma tarefa, por exemplo, está ligada às características dessa tarefa e pode melhorar sua execução, facilitando o avanço na carreira.
Além disso, características da tarefa, como autonomia, variedade, identidade, significado e feedback, estão positivamente relacionadas ao engajamento no trabalho, sendo a identidade da tarefa particularmente importante nesse aspecto.
Por último, mas não menos importante, temos os programas de treinamento, os quais devem fortalecer a cultura organizacional, indo além da simples melhoria das habilidades técnicas. É essencial que o desenvolvimento profissional considere não apenas o aprendizado específico, mas também competências como relacionamento interpessoal e a visão holística da empresa. Dessa forma, os colaboradores entendem melhor como suas ações impactam outros processos e contribuem para os objetivos da organização.
O treinamento é um processo sistemático que busca desenvolver conhecimentos, habilidades e atitudes. Ele prepara os colaboradores para atender aos requisitos da empresa, melhorando sua integração com o cargo e com a equipe. Diversos tipos de treinamentos podem ser implementados, como comunicação não violenta, cultura de feedback e promoção da qualidade de vida no trabalho.
Essas iniciativas são essenciais para ensinar novas técnicas e realizar simulações que reproduzam a realidade da empresa. Com isso, o investimento em treinamento e desenvolvimento se torna essencial para o crescimento profissional dos colaboradores, garantindo que suas habilidades atendam às expectativas tanto da organização quanto pessoais.
O desenvolvimento de pessoas nas organizações vai além de identificar comportamentos problemáticos. Ele envolve a criação de oportunidades para que os indivíduos aprimorem seu repertório comportamental, recebendo reforços positivos no ambiente em que trabalham. Essa abordagem não apenas ajuda os colaboradores a enfrentarem os desafios do dia a dia, mas também contribui para seu crescimento pessoal.
É fundamental que as empresas considerem a subjetividade de cada funcionário, integrando o desenvolvimento pessoal ao profissional. Para isso, as organizações devem oferecer condições que favoreçam esse crescimento, como um ambiente de trabalho saudável e uma remuneração justa. Essas condições são essenciais para que os colaboradores se sintam valorizados e motivados a se desenvolverem.
Nesse contexto, o feedback se destaca como uma ferramenta essencial. Ele não apenas permite uma comunicação mais clara sobre o desempenho, mas também auxilia na construção de planos de carreira e no reforço de comportamentos positivos em diversas áreas da vida. Um feedback bem estruturado e assertivo pode guiar os colaboradores na direção de suas metas, contribuindo para um ambiente de aprendizado contínuo.
Em suma, ao investir no desenvolvimento pessoal e profissional dos funcionários, as organizações não apenas melhoram a performance individual, mas também promovem um ambiente de trabalho mais colaborativo e produtivo.
Autor:
João Pedro Freitas Barros
Sou graduando em Psicologia pela Universidade de Brasília (UnB) e atuo na Praxis Consultoria Jr. como assessor de comercial.
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