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Não demita! O movimento que o profissional de RH deve aderir

‘Essa crise vai passar e os colaboradores serão o motor da retomada e do crescimento’, diz Cesar Gon, fundador e CEO da CI&T. A multinacional de soluções digitais é uma das líderes do movimento “Não demita”. O movimento, que começou como um manifesto, ganhou notoriedade e pode ser responsável pela manutenção temporária de 1,5 milhão de empregos.

Continue lendo o artigo para saber mais sobre o movimento e qual o papel do RH durante a pandemia da covid-19.

O que é o movimento “Não demita”?

O movimento que foi criado em abril de 2020 em meio a pandemia da covid-19 conta com diversas empresas idealizadoras. A convocação que o movimento faz direcionada aos empresários, traz a princípio a responsabilidade social de uma empresa no contexto que estamos vivendo. A principal responsabilidade social de uma empresa é retribuir à sociedade o que ela proporciona a você. Essa valorização deve começar pelo público interno, portanto, a maior responsabilidade deve ser a de manter o quadro de funcionários, pois são pessoas que se dedicam todos os dias ao sucesso da organização.

‘Precisamos entender que fazemos parte de um grande ecossistema’, diz empresário por trás do ‘Não Demita!’, Daniel Castanho, presidente da Ânima Educação, que lançou o movimento de empresas que se comprometeram a não demitir. A proposta do movimento é de manter os funcionários na empresa e ajudar a evitar, ou ao menos minimizar um possível colapso econômico e social.

Atenção!

Vale ressaltar que o movimento é válido para o período de 1/4/2020 até 31/5/2020, o que não garante empregos no pós-crise. O economista José Pastore considera que o movimento é uma atitude positiva, pois valoriza a mão-de-obra. Porém, a continuidade do movimento nas pequenas e médias empresas pode não vingar. “As grandes empresas são bem posicionadas e têm fôlego bem maior para enfrentar a crise, tudo o que as pequenas e médias não têm.”

Pastore também apresenta algumas alternativas que podem ajudar as empresas menores a se manterem vivas. Por exemplo, oferecer crédito a juros baixos, permitir que se reduza a jornada de trabalho, deferir pagamento de impostos para o final do ano e suspender contratos.

Como agir diante desse cenário?

Essa é a hora das empresas colocarem em prática seus manifestos, missões e valores. Garantir o emprego é garantir a sobrevivência das pessoas’, diz Bruno Garfinkel do Grupo Porto Seguro, uma das empresas que aderiram ao movimento “Não demita”. Além desse grupo, estão varejistas, bancos, construtoras e corretoras entre as empresas que assinaram o documento, divulgado no site.

Marco Stefanini, fundador e CEO global da multinacional brasileira do ramo de tecnologia possui operações em diversos países atingidos pela pandemia e também se posicionou contra as demissões em massa. Ele conta que precisou fortalecer a autonomia de suas equipes locais e, ao mesmo tempo, concentrar um centro de comando forte para receber informações rapidamente para agir quando necessário.

O papel do RH nesse processo

A Wisnet, consultoria de desenvolvimento humano, desenvolveu o estudo RHs em Rede: Perguntas para Esse Tempo. Onde foram entrevistados 115 diretores, coordenadores e superintendentes de gestão de pessoas de empresas de médio e grande porte. O levantamento ajudou a compreender quais são os sentimentos e as expectativas do RH durante a pandemia da covid-19.

A pesquisa mostra que para 64% dos profissionais, a capacidade de adaptação precisa ser intensificada nesse período. A estratégia do negócio mudou menos do que a estratégia da própria área de RH. A maioria teve que agir rapidamente e deixar a estratégia para depois, enviando o maior número de funcionários para casa. Os passos seguintes foram refletir sobre o desenvolvimento, clima, engajamento e demais assuntos.

A velocidade na tomada de decisão e na ação é essencial para enfrentar a crise. Nesse processo, muitos RHs ganharam uma dimensão à altura da sua missão. Depois de agir nos pontos mais críticos, as empresas tem investido em iniciativas criativas que não demandam muito dinheiro e melhoram o clima. A gestora de estacionamentos Pare Bem, por exemplo, promoveu uma enquete de treinamentos online mais desejados e que poderiam ser ministrados pelos próprios funcionários.

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Ações do RH

As ações do RH podem ser voltadas para cuidados da saúde física e mental. Ajudar na comunicação com as equipes e dar continuidade à formação e desenvolvimento dos colaboradores faz com que eles se sintam valorizados e a empresa só tem a ganhar. Pensando nisso a empresa JUSTA está focando em ações de saúde mental e física, além de treinamentos para lideranças com o objetivo de facilitar a adaptação ao modelo home office. Além disso, a empresa utiliza o ImpulseUP para metas mensais. Assim eles estão conseguindo dar clareza, mesmo à distância, sobre o que precisa ser alcançado de imediato e qual é o papel de cada um nesse processo.

Ter uma cultura de home office estabelecida antes da crise ajudou algumas empresas. Já as que não trabalhavam dessa forma antes, tiveram que se adaptar e o RH tem um papel importante nesse processo. Dar o suporte necessário vai além de ensinar a montar um ambiente físico ergonômico. Ajudar a lidar com o estresse, a ansiedade e a incerteza que os funcionários estão sentindo em relação à empresa também é importante.

Demitir é a melhor opção?

O próprio movimento “Não Demita” alega que desligar gera um custo imediato, muitas vezes maior que dois meses de salários. Além disso, há linhas de crédito e outras soluções que estão sendo criadas todos os dias para ajudar as empresas a atravessar a tempestade. Naturalmente, esse apelo é pelas não demissões em massa, não envolvendo casos de justa causa, mal desempenho, ou mesmo de turnover normal de cada empresa.

Stefanini lembra os empresários que existe a diferença entre retração e crise:

“A crise é um movimento longo. Hoje, sofremos uma pancada, mas podemos voltar no mesmo nível de antes se não congelar a economia. (…) Se começar a demitir funcionários, vamos demorar muito para conseguir voltar. (…) A gente precisa é segurar um pouco, porque serão dois meses mais agudos e depois passa. Na China, por exemplo, já estamos operando normalmente. Como na minha empresa estou vivendo diversos momentos diferentes da pandemia, preciso dar autonomia na ponta e ter um comando ativo para que as informações sejam passadas rapidamente.”

Em meio à crise, é normal que aconteça um desequilíbrio econômico e em muitas empresas a folha de pagamento representa um grande montante do custo da empresa. A redução do quadro de funcionários pode ser pensada como uma ação necessária em empresas com uma situação mais delicada.

Porém, nesse momento, o RH deve analisar os prejuízos a médio e longo prazo que podem ser causados com as demissões. Esta decisão de demitir funcionários certamente afetará quem sai e abalará quem fica. Programas de treinamento não devem ser interrompidos, principalmente se esperam que menos profissionais façam o mesmo trabalho ou acumulem novas funções.

Segundo Outeiro (2009), trabalhando com capacidade mínima de pessoas, pode-se afetar o clima organizacional, que por consequência influencia direta e indiretamente a motivação, a produtividade, o comportamento e a satisfação dos colaboradores.

Ações para seu negócio sobreviver à crise

O desespero e o pessimismo não irão contribuir com a saúde da sua empresa. É preciso agir para amenizar os efeitos da crise.

Foque na comunicação: Ter informações faz com que todos se sintam mais seguros, portanto não tome decisões sem compartilhar com a equipe. Mantenha o relacionamento com o cliente. Além disso, faça parcerias, é momento de colaboração.

Reduza custos: Renegocie aluguel, prorrogue prazos, cancele mensalidades e aproveite as medidas adotadas pelo governo.

Atenda online: Foque na agilidade e garanta que está facilitando a vida do cliente.

Arrume a casa: Reescreva e relembre seu propósito, crie novas apresentações do seu trabalho, revise o site e o perfil da empresa.

Conclusão

O que vai diferenciar as empresas agora não é a capacidade de prever o futuro, pois isso é impossível, mas sim a capacidade de tomar decisões acertadas em momentos de incerteza. É preciso refletir e ter uma visão geral sobre o seu negócio a curto, médio e longo prazo.

“Lembre-se que isso é uma maratona: se você disparar na largada, vai vomitar nos seus pés até o fim do mês. Esteja emocionalmente preparado para uma crise que vai durar 12 ou 18 meses, seguida de uma recuperação lenta. Se terminar antes, será uma surpresa agradável. Neste momento, trabalhe para estabelecer sua serenidade, sua produtividade e seu bem-estar sob condições prolongadas de desastre.” (Aisha Ahmad)

Isso vale tanto para as pessoas quanto para as empresas.

 

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Luana

Luana

Bacharel em Psicologia pela Universidade de Brasília, atuou na Praxis Consultoria Jr. na área de Gestão de Pessoas e de Recrutamento e Seleção. Realizou estudos na área de Desempenho de Equipes no contexto de trabalho e possui experiência na área de Gestão de Desempenho e TD&E.

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